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sábado, 19 de março de 2011

Criatividade: um diferencial para as empresas e os talentos humanos

O meio organizacional tornou-se um campo de transformações constantes e desafiadoras. Isso faz com que tanto empresa quanto profissionais deparem-se com a realidade de se manterem atualizados com o que acontece no mercado e, acima de tudo, preparem-se para lidar com o inesperado e, consequentemente, encontrem soluções que deem uma guinada, um diferencial significativo ao negócio. Diante disso, cada vez mais, as empresas buscam talentos que estejam dispostos a lidar com o novo e apresentem alternativas que impactam positivamente na performance individual e das equipes.
Quem está diante de um mercado tão exigente destaca-se dos seus pares quando abre as portas da sua mente e deixa fluir a criatividade - uma competência muito cobiçada pelas empresas. Segundo o consultor organizacional Ernesto Berg, que participará do Seminário RH.com.br "Criatividade - Desperte e Valorize seu Talento", vivemos em uma época de constantes e aceleradas mudanças. As empresas e os profissionais que vão a reboque das transformações estão fadados ao fracasso. Os que aceitam as mudanças, criam e inovam dentro do novo contexto não apenas sobrevivem, mas, sobretudo, ditam as novas regras do mercado. "Criatividade e inovação estão entre os maiores diferenciais na Era da Competitividade e Globalização e, cada vez mais, mostrar-se-ão imprescindíveis no século XXI", complementa.
Para Berg, a criatividade está presente em todo ser humano, mas não necessariamente manifestada e no mesmo grau. Ele dá como exemplo a infância, onde é possível observar que toda criança é criativa. Contudo, a maioria das pessoas - seja pelas responsabilidades que assume ou pelos padrões sociais em que é obrigada a se inserir - vai perdendo ao longo da vida a espontaneidade e a capacidade de aprender e de se admirar com as coisas. Mas, como toda pessoa foi criança, cada indivíduo tem latente em seu interior a criatividade. A questão em si é a de despertá-la e novamente estimulá-la.
Há pessoas, continua Ernesto Berg, mais criativas do que outras em função de algumas variáveis como, por exemplo: o ambiente em que vivem e crescem; os estímulos que recebem na infância dos pais e dos preceptores; a convivência com situações de ambiguidade que exigem constantes soluções; a presença da curiosidade inata e a busca constante de novos parâmetros e desafios.
O que diz a neurociência - Outro consultor organizacional que está atento ao potencial criativo do ser humano e que também participará do Seminário RH.com.br é Tom Coelho. Graças à sua experiência adquirida no campo organizacional ele afirma com convicção que a criatividade é uma competência comportamental e como tal pode ser desenvolvida e aprimorada. Ao ser questionado sobre o valor do potencial criativo dos profissionais para as organizações, ele diz que não podemos controlar as mudanças. "Mas podemos provocá-las, influenciá-las ou nos adaptar a elas. Dentro deste contexto, a criatividade surge como uma competência essencial para agir diante das transformações que ocorrem diariamente", defende, ao acrescentar que a neurociência demonstra que o potencial criativo está associado a determinadas regiões do cérebro, de modo que algumas pessoas apresentam perfil mais criativo do que outras.
Vale ressalta que o cientista Roger Wolcott Sperry realizou pesquisas, na década de 60, sobre a separação e a identificação das funções cerebrais. Trabalhou, na oportunidade com pacientes epiléticos e com o objetivo de mitigar os efeitos dessa patologia, ele e sua equipe descobriram que o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo, coordenando o raciocínio lógico, a linguagem e o tempo, ao passo que o hemisfério direito domina o lado esquerdo do corpo, sendo responsável pela emoção, a visão e a intuição. Essas descobertas renderam-lhe o Prêmio Nobel de Medicina em 1981.
Tom Coelho lembra que mais recentemente, em 1988, o norte-americano Ned Herrmann, em sua obra "The creative brain", cunhou o conceito da quadratividade cerebral. Segundo o pesquisador, as pessoas são influenciadas por diferentes preferências, conduzidas por áreas distintas do cérebro. Assim, uma pessoa com dominância do hemisfério esquerdo é mais analítica e controladora, ao passo que outra pessoa com domínio do hemisfério direito é mais criativa e emocional.
Criatividade supera automação e mecanicismo - Quem também está vigilante ao valor da criatividade para o ser humano é o consultor organizacional, Eduardo Carmello que ministrará uma palestra no Seminário RH.com.br "Criatividade - Desperte e Valorize seu Talento". De acordo com ele, a criatividade representa o passaporte para a inovação, para a construção de propostas de valor mais alinhadas com as necessidades e desejos dos clientes. "Como diz Alvin Toffler, é possível criar mais valor com uma ideia em dez segundos do que em dez mil horas numa linha de montagem", cita.
Carmello ressalta que a criatividade vai mais além e representa superar com sucesso um ciclo vicioso que existe nas organizações, imposta pela armadilha escassez de tempo versus grande volume de trabalho, que força os profissionais e empresas a tomarem decisões automatizadas e mecanicistas, muitas vezes superficiais e sem impacto positivo na melhoria de performance ou resultados de seus negócios.
"A criatividade gera novos formatos de pensamento e atuação, criando jovialidade e renovação da empresa.
Representa também a criação de novos conhecimentos nas organizações, que podem posteriormente ser disseminados e incorporados no dia a dia da mesma trazendo riqueza e vantagem competitiva. Além disso, aumenta o engajamento dos talentos, que possuem a possibilidade de construir novas ideias, aprender com e na diferença, melhorando seu posicionamento e sua empregabilidade", sintetiza.
Inclusive, ele enfatiza que a criatividade está presente em todo ser humano. Sua justificativa baseia-se porque potencialmente todas as pessoas são criativas, pois a inteligência do homem foi desenhada para isso. Por outro lado, se estimulada ou não no ambiente organizacional, por exemplo, a presença da criatividade nos profissionais dependerá do nível de fomento e liberdade para utilizar essa inteligência em design de soluções ou projetos de melhoria de performance dentro das organizações. Quanto mais a cultura organizacional estimula a criatividade, maior a chance dos talentos de conseguir utilizar a o potencial criativo para construir projetos inovadores.
Como estimular a criatividade? - Atualmente, as empresas possuem ao seu alcance recursos e ferramentas que despertam o potencial criativo dos seus colaboradores. Dentre esses, Ernesto Berg diz que existem vários instrumentos estimular a criatividade nas equipes como, por exemplo, o brainstorming, o brainwriting, a técnica Scamper e o quadro de ideias. A General Eletric, considerada a mais criativa empresa do século XX - e também uma das mais rentáveis, até hoje exige que todas as equipes sejam treinadas regularmente em técnicas de criatividade e inovação, pois reconhece que seu sucesso está fortemente fundamentado no constante lançamento de novos produtos e serviços que vão ao encontro dos clientes e do mercado.
Outro exemplo de ferramenta é destacado por Tom Coelho - a técnica do funil da inovação e convergência de ideias, conforme será demonstrado na sua palestra durante a realização do Seminário RH.com.br. "Muitas companhias promovem campanhas para estimular a criatividade, com bancos de ideias, caixas de sugestões e portais interativos, premiando os colaboradores que tiverem sugestões aproveitadas pela companhia. Particularmente, gosto muito do Cantinho da Criatividade, um espaço descontraído onde as pessoas podem interagir, relaxar, ler, jogar, sempre com o intuito de abrir a mente para novas idéias", defende.
Fechar os olhos para a criatividade - A organização que fecha os olhos para o estímulo à criatividade corre um grande risco. E isso se justifica porque se entrega à acomodação e à estagnação. Por conseguinte, isso representa ver seu produto ou serviço defasado e sua organização ser superada pela concorrência. "Numa única frase, acredito que o paradigma atual é de inovar ou morrer", avalia Tom Coelho.
Já para o consultor Eduardo Carmello, a companhia que dá as costas para a criatividade perde o potencial da receita. "Não há receita sem alinhamento das necessidades e dos desejos dos clientes. Não há alinhamento sem inovação. Não há inovação sem criatividade, no sentido de testar novos caminhos, rearranjar novas ideias, combinar novas tarefas", acredita.
Rumo à criatividade - Iniciar um processo organizacional não é uma tarefa fácil. E quando uma empresa deseja investir no potencial criativo dos colaboradores o caminho não é tão simples. Por esse motivo, Ernesto Berg afirma que a criatividade e, por conseqüência, a inovação não é um processo que se instala da noite para o dia em uma organização. Existem alguns parâmetros e paradigmas que necessitam ser quebrados para que a iniciativa seja sedimentada.
A máxima "acerte logo da primeira vez", é válida em ações de qualidade total e semelhantes, mas totalmente inadequada quando se trata de estabelecer novos padrões e modelos. Quando se cria e se buscam novos modelos erros acontecem automaticamente, pois fazem parte do processo. "As empresas que dão os primeiros passos para o estímulo da criatividade de seus profissionais devem adotar técnicas como o brainstorming. Devem estar abertas ao ciclo de tentativa e erro que naturalmente ocorrerá e, sobretudo, perseverar no processo de implantação, não se deixando desanimar nos primeiros tropeços. Os resultados positivos certamente serão compensadores - como já vem sendo para as organizações que fazem uso desses processos -, em termos de produtividade, rentabilidade, motivação e satisfação dos colaboradores", resume.
Na visão do consultor Tom Coelho, para se investir na criatividade é preciso primeiramente remover as barreiras, derrube paredes reais ou imaginárias que impedem o fluxo livre da informação dentro da empresa. A hierarquia asfixia a criatividade. Segundo o consultor, é preciso criar uma cultura da inovação. "Seja sensível ao fato de que erro e acerto são faces de uma mesma moeda dentro do processo criativo. Estimule e permita a ousadia e o risco, sem culpas.
"Terceiro, combata os bloqueios mentais. A certeza de que há uma resposta certa, um padrão a ser seguido ou uma lógica por trás das operações, desmotiva e desestimula, fazendo as pessoas reproduzirem os mesmos comportamentos e ações e, evidentemente, chegando apenas aos mesmos lugares. A ordem deve ser criar o futuro e não aguardar passivamente por sua chegada", aconselha Coelho.
Eduardo Carmello deixa outro conselho para as empresas que pretendem abrir as portas para a criatividade e torná-la parceira constante dos colaboradores. O consultor aconselha que a organização crie um sistema de inovação - voltada às necessidades de melhoria dentro da empresa. "Comunique e sensibilize seus funcionários para a importância da criatividade no contexto de melhoria contínua ou na proposta de valor mais relevantes. Ofereça momentos de educação e instrumentalização como palestras e workshops e ferramentas de criatividade. Estimule a liderança a construir ambientes de apoio e espaços de conversação onde as equipes possam utilizar e melhorar suas habilidades criativas no sentido de construir novas formas de pensar e atuar, logicamente alinhada a melhoria de performance e resultados dentro da empresa", conclui.

By: Tamara

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